Ode
Bem-te-vi que canta o alvorecer
Ensina-me também a cantar assim!
Ninando a lua, adormecer
O céu azul tornar carmesim
Aquele orvalho azul cristal
Aquele sol amarelo-ouro
Brilham luz no meu quintal
Partilham todo teu tesouro
Bem te vi que canta o amanhecer
Ensina-me também a passar assim!
Voar entre nuvens ao entardecer
Florescer sementes de jasmim
Aquela lua pérola branca
Em cetim anil céu repousa
Bordada em puro verso tanka
Preenche o tom de toda cousa
Bem te vi que canta o anoitecer
Ensina-me também contemplar assim!
O firmamento distante escurecer
Dormir sob o céu de estrelas sem fim.
E canta comigo e o vento,
Dança comigo e com as folhas que caem,
Floresce comigo em estações.
Guarda e leva! Contigo leva esses
Sonhos meus! Tão pequenos pr’o mundo…
Jessyca Santiago (Recife, 1990). Graduada em Letras Inglês pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, trabalha como professora.
One thought on “ Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Jessyca Santiago ”