Sentimento da noite
O dia, derretido na aurora, resfria-se na noite
Escurece, e as pessoas bocejam
Permaneço silente, como se sobre mim
se abatesse um estranho siso.
Certa aversão à lua e às estrelas
À imensidão do Universo que se tornava clara,
no céu do passado.
Sentimento de pequenez? Ou de solidão?
O relógio, o tempo, como rios,
corriam em um único sentido: não voltavam.
A noite avançava velha e,
como do nada, era uma criança recém-nascida.
Na madrugada, sento-me à janela de meu quarto
e observo as luzes da cidade.
Poucas casas no campo de visão.
Nada se altera por um longo período.
E a luz de uma janela próxima se acende.
Solidão? Não mais.
Eis ali outra alma insone!
Companheiro, como tem sido a vida?
José Henrique Zamai (Divinolândia, São Paulo, Brasil, 1991). Advogado e escritor.
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