Soneto lapidado
Se a eternidade te invade o peito,
Deixa! Que não nos há maior doçura,
Nem melhor sanidade, nem loucura,
Nem causa que traga melhor efeito!
Sentir-se pequeno e grande aventura
De quem vê grandeza em cada imperfeito,
Despreza o perfeito de tao suspeito
E aceita a marca de cada rasura.
Ah, que vida e essa que não nos cura!?
Que acontece em nos a nosso despeito
E nos põe na tenaz linha de um triz!?
E doido, mas de real ternura
O tal viver, que feito e então desfeito
Sangra, fere e completa a cicatriz…
David Edson de Camargo Junior (Votorantim, 1989). Professor e escritor.
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