Sem título
Os dias se mostram mais curtos
Igual a minha paciência
Duas décadas de vida
E não aprendi nada
Achei que sabia o que queriam
Pensei saber o que iria me tornar
Mas não sabia
Não
Ninguém sabe
Os dias se mostram mais curtos
Igual seus olhares para mim
Que hoje permanecem focados
Na tela do celular
Esqueceu meu olhar
Esqueceu
Me esqueceu no mundo azul
Do celular
Os dias se mostram mais curtos
Igual os sons que escuto
Foi-se o tempo que eu aguentava ouvir Bach
Hoje
Mais de três minutos já me fadigam
Os dias se mostram mais curtos
Mas a agonia
Meu amor
Continua crescendo
Júlio Valentim Barbosa Neto (Currais Novos, Rio Grande do Norte, 1997). Procura, através das letras, dar suficiência à vida.
Um comentário sobre ldquo;Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Julio Valentim Barbosa Neto”