A sombra

haverá alguma sombra
que toque a flor nauseabunda
do corpo estirado na viela?
e a sombra descerá mansa

sem alarde? acariciará o
corpo frágil da flor sobre
a carne estendida e fria,
já surda aos gritos pardos?

a sombra será como
consolo da amamentação
na madrugada, ao choro
de fome, ou de medo?

quando a sombra partir,
descabida e indomável,
ante o dia, o café, a rotina,
o corpo já será foto e enfeite?

a flor será de plástico?
e a sombra será de gente?


Renan Reis (Mongaguá, 1989). Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Publicado por:Philos

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