
Dia 16 de março de 2018, o céu azul do Rio de Janeiro continuava escuro e triste.
A cidade chorava, perplexa, a execução da ativista Marielle Franco.
Uma oficina de bordado e poesia com as professoras Ninfa Parreiras e Theka Galvão, no espaço Pequenalegria, tomou o rumo da tristeza que pairava.
No mês do Dia Internacional da Mulher (08), do Dia Nacional da Poesia (14), lemos e compartilhamos poemas de algumas consagradas autoras.
Surgiram palavras e versos em folhas secas.
E lãs que aqueciam o desamparo das mulheres nos bordados para Marielle.
Nasceram volumes, formas, imagens e poemetos.
Foi um ato – de fazer a mão – o luto da perda que o Brasil sofreu.
poemas bordados para marielle










Florescer
do risco:
seiva
vida
Palavra plantada no vento
semente
faz-se asa
Edna Bueno (Rio de Janeiro, 1955). Escritora, aprendiz de bordadeira.
Breves momentos
Palavras ao vento
Leves folhas voam
Pensamentos
Leva o luto embora poeta
Fiar o fio da Vida pede
Coragem aos dedos
Mais que pão é o mundo
e sou mais jovem que velha…
Cláudia Antonio (Rio de Janeiro, 1965). Contadora de histórias e brinquedista.
Amigos não mentem
Frinds don’t lie
Lice Parreiras (Rio de Janeiro, 2003). Estudante e artista.
Tensa
Maré
No
embalo
de
Marielle
Onda
cá
Onda
lá
Menina
Menino
na
Mina
Na
Mira
Nome
chama
lama
clama
No caminho
do verso
Ninfa Parreiras (Itaúna, Minas Gerais, 1973). Bordadeira de palavras.
Dizer nada
Vou além
Arlene Costa (Guaraciaba do Norte, 1972). Mediadora de leitura e contadora de histórias.