Para chegar
eu ando por trechos
por decretos de impaciência
por má criação das pernas
uma queda para dançar
Eu sinto por nuvens
por presságios inquietos
por miopia da vida
uma agonia para tentar
eu falo por gritos
por palavras que não dizem
por sentimentos secretos
uma passagem para cair
eu desloco o ar
no movimento inseguro
sinto o corpo mover
um sorriso e posso chegar.
Nádia Paiva (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1985). Graduada em Artes Visuais e estudante de Letras. Trabalha em uma biblioteca de educação infantil. Rabisca palavras e linhas nas horas vagas.