Nascida numa família de operários na cidade de Santiago, Carmen Yáñez consagrou-se como uma das mais importantes poetisas chilenas da atualidade. Antes, porém, sofreu torturas e cárceres durante os anos da horrível ditadura militar na América Latina. Sua poesia mostra-se em palavras de medo, lembranças que lhe atormentam, saudades, terror e morte. Dentro desse universo as linhas destas translaciones aqui se apresentam. Leiam o poema Trincheras com traduções ao italiano e português por Souza Pereira e Raffaella Marzano:

Trincheras
Sì, dije que sì,
Dejé que entrara,
el caballo de Troya.
Con ello el tormento,
el forassero sediento.
Anonimo él, aparecido.
En mi mano cabìan
los oraculos,
la voragine.
Mi mano de rayas,
millenaria y chiquita
abierta al hospedaje
del odio y del amor.
Sì,
dije que sì.
Expuse mi tenda
cara al sol.
Mis oidos resistian
las bombas y la injuria.
Y en mi mano cabia
una ciudad muerta
para no olvidar.
Desde entonces,
un cervo alerta al peligro
me abita.

Trincheiras
Sim, disse que sim,
Deixei que entrasse,
o cavalo de Tróia.
Com ele o tormento,
o forasteiro sedento.
O anônimo, semelhante.
Em minha mão cabiam
os oráculos,
o furacão.
Minhas mãos listradas,
milenares e pequeninas
abertas a hospedagem
do ódio e do amor.
Sim,
disse que sim.
Expus a minha tenda
de frente para o sol.
Meus ouvidos resistiam
às bombas e a injúria.
E em minha mão cabia
uma cidade morta
para não esquecer-me.
Desde então,
um cervo alerta ao perigo
abita-me.

Trincee
Sì, ho detto di sì
Ho lasciato entrare
il cavallo di Troia.
Con lui il tormento,
il forestiero assetato.
Anonimo lui, apparizione.
La mia mano racchiudeva
gli oracoli,
la voragine.
La mia mano di linee,
millenaria e piccina
aperta a ospitare
l’odio e l’amore.

ho detto di sì
Ho esposto la mia tenda
sotto il sole.
Le mie orecchie sopportavano
le bombe e le ingiurie.
E la mia mano racchiudeva
una città morta
da non dimenticare.
Da allora,
un cervo attento al pericolo
mi abita.

Publicado por:Philos

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