fences
Mouths full of laughter,
The turistas come to the tall hotel
with suitcases full of dollars.
Every morning my brother makes
the cool beach new for them.
With a wooden board he smooths
away all footprints.
I peek through the cactus fence
and watch the women rub oil
sweeter than honey into their arms and legs
while their children jump waves
or sip drinks from long straws,
coconut white, mango yellow.
Once my little sister
ran barefoot across the hot sand
for a taste.
My mother roared like the ocean,
“No. No. It’s their beach.
It’s their beach.”
Cercas
Bocas cheias de risos,
os turistas chegam ao grande hotel
com malas cheias de dólares.
Todas as manhãs, meu irmão deixa
a calma praia nova para eles.
Com uma prancha de madeira, ele apaga
todas as pegadas.
Espio através da cerca de cactos
e observo as mulheres passarem um óleo
mais doce que o mel nos braços e nas pernas,
enquanto seus filhos pulam ondas
ou tomam bebidas de canudos longos —
brancos, para água de coco, amarelos, para suco de manga.
Uma vez, minha irmãzinha
correu descalça pela areia quente
para sentir como era.
Minha mãe rugiu como o oceano:
“Não. Não. A praia é deles.
A praia é deles”.
[N. T.]: Agradeço à editora americana Arte Público Press por permitir a tradução do poema, bem como sua publicação sem fins lucrativos na Revista Philos digital.
acerca da autora
Pat Mora (Texas, 1942) nasceu na cidade de El Paso, Estados Unidos. Publicou obras para crianças, como “The Night the Moon Fell”, e para adultos, como “Chants”, além de dois livros de poesia especialmente voltados para jovens: “My Own True Name” e “Dizzy in Your Eyes”. Entre os vários prêmios que recebeu, constam o Literary Legacy Award (2010) e o Virginia Hamilton Literary Award (2017).
acerca da tradutora
Ligia Muniz Polignano Côrtes (Belo Horizonte, 1992) possui graduação em Letras (Português/Inglês) pela PUC Minas e pós-graduação em andamento em Revisão de Textos pela mesma universidade. Atualmente, é tradutora e revisora. Saiba mais.