Chuva

Afogado em águas rasas,
de um pequeno temporal
a água engole o corpo,
o corpo engole água.

Doce água doce
de sabor amargo,
alimenta o afogado
escorre pelos cantos.

Molhado o corpo chora,
sentindo-se amado, se declara:
Preencha-me de amor
Preencha-me, amor
Deixe-me seguir.

A água abre caminho.

O corpo boia, e vai.


Marina Soares (Gravatá, Pernambuco, 1996). Vive hoje em Olinda, Pernambuco, e trabalha com produção artística e cultural, processos históricos e alternativos em fotografia. Graduou-se em Design em 2019 pela Universidade Federal de Pernambuco. Participou em 2018 do projeto de extensão Teia Postal – Arte Postal e Fotografia Contemporânea (CAC/UFPE). Atualmente faz parte do grupo de pesquisa Symbolismum – Estudo Sobre o Imaginário e Complexidade (CAC/UFPE). Teve ensaios fotográficos exibidos no N9 Novem/FotoLab/UFPE/CAA (2017) e no Pequeno Encontro da Fotografia – Olinda/PE (2017, 2018).

Publicado por:Philos

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