Dia Santo

Domingo, dia em que o vilarejo fica quase despovoado,
Aproveitamos o entardecer, verde
Gramado a pinicar as costas,
Encontro de almas sob
A bênção dourada
Do grande astro se despedindo.
Recolhem-se então, e
Acendem as luzes da sala,
Com brinquedos jogados sobre o chão,
A TV desligada e um imenso silêncio.
As crianças que não estão no pátio.
Os corredores vazios
São encontros de colorir,
Como as crianças medrosas
Descobrindo o prazer de brincar de médico:
– Quem diria, aqueles dois antes tão diferentes…


Rafael Zveiter nasceu em Niterói, é poeta e escritor. Estudou teatro no Tablado e na Casa das Artes de Laranjeiras, a CAL. Cursou direito na Universidade Cândido Mendes (UCAM) e jornalismo na UniverCidade, mas encontrou-se mesmo na literatura. Escreve nos blogs “Penso à beça” e “Entre Nós”, com temática LGBTQ+. Participa do Corujão da Poesia e é autor do livro de poesia, Visceral (2012) e do romance Correspondências de um invisível (2017), pela Casa Philos, lançou na Flip o livro de contos, Afrodite (2019).

Publicado por:Philos

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