Concessões

Não te impeço fazer o que fazes,
Se me deixas pensar o que penso.
Poi se tem, o que penso, suas fases,
Teu fazer não se veste de senso.

Te concedo afirmar o pretenso,
Se me aceitas pensares mordazes.
Já não posso cobrir-te de incenso,
Se meus credos, oculto, desfazes.

Meus pensares, nem sempre verazes,
Mas procuras – pensar é buscar –
Não se alinham nas regras que trazes.

Te permito, afinal, me tentar,
Mas insisto, caprichos falazes
Não convergem, jamais, com amar.


Albano Bracht (São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, 1946). Integrante do Clube da Poesia de Toledo e fundador da cadeira 23 da Academia de Letras de Toledo, Paraná.

Publicado por:Philos

A revista das latinidades

Um comentário sobre ldquo;Dossiê de Literatura Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Albano Bracht

O que você achou dessa leitura?