Feliz Ano Novo! – Diz-se
E é imperativo acreditar
Na fronteira entre o que era
E o que vai ser
Na mornidão amarga das jornadas
São foguetes e arraiais no céu
São gritos de júbilo
E euforia nas praças
São restos de espumante e melodias
Que as gentes adormecem na madrugada
E se no dia primeiro, do ano que há de ser
O sol vier inundar o ar de alegria
Parece que tudo nos faz crer
Na promessa da mudança
Na desejada Bem-Aventurança
Por que rezamos ou não
Ao jeito das nossas múltiplas confissões
Mas, se não vestirmos os nossos gestos
De outros modos
Se não vivermos as horas
Com um brilho de força renovada
Permaneceremos presas assustadas
Na teia cinzenta dos nossos dias


Ana Wiesenberger (Lisboa, 1962) Obras: Dias Incompletos, Idades, Portugal, Meu Amor e Corredores

Publicado por:Philos

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