A máscara

A máscara do meu rosto foi forjada a sangue e fogo.
A máscara do meu rosto foi imposta pouco a pouco.
A máscara do meu rosto deixa a pele em carne viva.
Quem pôs essa máscara em meu rosto?
Quem ignorou meus gritos?
Quem arranhou meu espírito?
Quem me maculou?
Os espelhos me encaram…
…Acusatórios…
Eu?! Fui eu mesma?!
Que apagou traço a traço o que eu era?
Que ignorou o protesto de minha alma?
Que, lenta e deliberadamente, infligiu essa máscara?
Até que de mim houvesse apenas restos de identidade?
Terei eu demolido as fundações
Para construir a minha volta essa gaiola reluzente?
Eu me destruí?
Quem então, se não eu, catalisa: Essa dor aguda.
Essa mágoa afiada
Pulsando ferida a cada sorriso da máscara?
Se fui eu quem me destruiu,
Por que luto contra a aniquilação?


Larissa Reggiani Galbardi (Lupionópolis, 1991). Estudante de Letras.

Publicado por:Philos

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Um comentário sobre ldquo;Dossiê de Literatura Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Larissa Reggiani Galbardi

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