marginalizada
Refaço o pedido: Toque-me novamente, se é que consegues.
Deita-te comigo, encosta-me teu corpo, leve-me ao delírio outra vez.
Te refaças, ou faça das minhas súplicas sexuais o exacerbo do teu ego.
Marginaliza-me, como Capitu.
Mas não renegue-me o fogo, o fogo que queimou por longos anos. Queimadas que não se veem, mas que fazem gritar, gemer e até chorar.
Desconserta-me, enquanto desconstruo seus tabus.
Atira-me tua mão, bagunça-me o cabelo e clitóris.
Esqueça tua roupa; não vista-a, nem calce teu chinelo após o gozo.
Apenas observe-me, observe eu sentir por ti, o que tu sentes por outras marginalizadas.”
Marcelo de Jesus de Oliveira (Açailândia, Maranhão, 1997). Acadêmico de Letras-Português, escritor e pesquisador.