Um soneto inacabado
Se a cortejei, não foi senão porque amiúde
Ela tratava a mim tal qual a quem se ama
Ou então conheço o assunto apenas pela rama
E tomo por amor mera solicitude
Pois sim, andei às voltas com uma dama
Tão bela como pura, embora rude
Procurei esquecê-la o quanto pude
Sem imitar nenhum verso de fama
Pois sim, sempre que dou com os murros n’água
Reúno, de contínuo, a minha mágoa
E, pondo-a no papel, não raro, apago-a.
Eduardo Aleixo Monteiro (Recife, 1987). Escritor pernambucano.
Um comentário sobre ldquo;Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Eduardo Aleixo”