Fruto proibido

Deslizo pelos campos férteis
Na colheita do fruto maduro
Sentindo, na pele, a oscilação caprichosa
do clima.
Misterioso momento da canção
instrumental…
Mente aberta, figuras atraentes,
convidativas,
Em dedicação artística,
No redobrado cuidado
Com as cores da sedução.
Tua postura de guerreiro treinado
Protegido pelo escudo sagrado
Desfaz-se do elmo do saber
E entra em batalha no campo alheio
Que, com graça, incendeio
E me embaraço
E me refaço
E me arte faço
No compasso do pecado original.
Como hóspede clandestina,
Na alcova messalina,
Eu me acomodo em nosso ninho
Que acolheu, com carinho,
O encontro de nossas histórias.
Esquecendo a avernia do dia,
Degustamos o pernoite da noite…
Tempo justo de maturação
De outros frutos proibidos…


Lucrecia Welter (Paraná, 1953). Escritora multipremiada e presidente da Academia de Letras de Toledo, Paraná. É Revisora de textos da Revista Philos e Curadora de Literatura lusófona da mesma Revista. Tem diversos livros lançados e publicações em coletâneas poéticas.

Publicado por:Philos

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