O amor tem gênero
Um olhar furtivo nos corredores da escola
E a pergunta sem resposta “e agora?”
Olhar inocente e ao mesmo tempo com culpa
Que não vai embora, que não se desculpa.
O tempo passou e nós crescemos,
O tempo das coisas nós não demos.
Aqueles olhares se misturaram
Às mãos e pernas que se embaralharam.
Até que um dia meu pai descobriu
E nosso encontro jamais se repetiu.
Você devia ter nascido mulher…
O que fazemos agora? E agora, José?
Paulo Enrique Freitas Cruz (Minas Gerais, 1990). É escritor e advogado.
Um comentário sobre ldquo;Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Paulo Enrique Freitas Cruz”