eus

I

escrevo-me
assim crio
pretextos
de como contar-me
inteiramente n’outra
palavra.

 

II

Como narrar o pouso de um verbo
na substância universo de sua vala.
N’aquele rendido lugar em que pedra soa desprendada
tal como os seus minerais silêncios nela historiografados.
E em suas poeiras, o labor adâmico que respinga o outro pecado:
dar nome à cópula de tudo e não conhecer com intimidade: seus nadas.

III

Poesia é o por enquanto da grafia
caligrafando-nos perplexos.


Clélio Souza (Nepomuceno, Minas Gerais, 1992). Publicou quatro fanzines de poesia: Experimentos poéticos (2015), A cara que eu dei para a porrada (2016), Não embaça que é de graça (2016) e Meu erro é o português (2016) no Prêmio Nacional Victor Valla.

Publicado por:Philos

A revista das latinidades