Na Philos, apresentamos uma mostra de poemas da escritora Chris Facó, escritos para a dedicatória de seu livro de estreia, Horizonte. A Philos lançou a Chris o desafio de produzir pequenos poemas inéditos e exclusivos para cada um dos exemplares de seu livro. Horizonte foi publicado pela editora Casa Philos no catálogo de inverno. O livro é acompanhado de aquarelas da artista plástica Maria Flexa e apresentado por Rona Hanning. Horizonte é um deleite aos olhos, plena sinestesia ao olhar o mar…
meu olhar
sempre além
perscrutando o Horizonte
mergulho inteira
deixo-me pesar
no fundo
imersa de mim
na floresta
o vento sussurra
barulhos de mar
sou todas as águas
misturadas
escrevo para me transbordar
sou pura água
sem escrever
me afogo
me dissolvo em ondas
a cada ir e vir do mar
salgadas espirais
de mim
por vezes revolto
em outras calmo
inconstante
sempre
pegadas do mar
sombras de sol
úmida areia
o apagar do que foi
banhados de mar
meus olhos
inundados de azul
o mar murmura
salgados sons de espuma
sou caminho
na correnteza
do mar
mar imenso
qual o tamanho do abismo?
tenho várias superfícies
impenetráveis
a mim não basta olhar o mar
preciso mergulhá-lo
deslizo as mãos na superfície do oceano
estou plena do mar
em comunhão com o Horizonte
partilhamos silêncios

Chris Facó, brasileira e do mundo. Contadora de Histórias trilíngue, professora de História e Pedagoga. Pisciana, ama a natureza, especialmente o mar, sua casa. Acredita que viagens são experiências, amplificadoras de seu olhar. Encontrou na Yoga e na Meditação um caminho a seguir, assim como a escrita. Ama ler, os livros lhe provocam maravilhamento. Acredita que a vida é feita de ciclos que se fecham e se iniciam. Escrever é sua nova voz. Sente-se como a personagem de um livro de Clarice: “Uma vez dividiu-se, inquietou-se, passou a sair e a procurar-se.” Horizonte, seu primeiro livro de poemas, é fruto dessa procura.
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