as estéticas pop e funk culture de João Victor Alves Costa

João Victor Alves Costa é um jovem artista, designer e ilustrador brasileiro que se tornou muito reconhecido pelos seus gifs animados usados em grandes divulgações de artistas como Beyoncé, Dua Lipa e até mesmo pela própria Anitta!

Suas criações são sempre muito referenciadas em estéticas pop e funk culture que emergiram junto com a música das grandes divas. Quais os universos oníricos e possibilidades imaginativas que você gostaria de explorar ainda mais no seu trabalho?

Eu quero explorar vários meios, em vários aspectos possíveis… A arte se expande a cada dia que passa, iniciei na internet em 2015 fazendo montagens. Eu acho que a expansão imaginativa se dá quando temos grandes inspirações e isso faz com que todas as ideias se unam na minha mente e formem as ilustrações.

Intriga-nos as suas influências… Podia nos dizer quem são suas “luzes poéticas”?

Minhas luzes poéticas são bem amplas, musicalmente sou apaixonado por divas pop, Taylor Swift e Beyoncé são minhas maiores referências. Em filmes: Tim Burton e Guillermo del Toro e nos livros: Kami Garcia e Lygia Fagundes Telles.

E quais as referências de artes visuais e temporalidades você está sempre buscando?

Minhas referências visuais são um verdadeiro mergulho na arte e no entretenimento, eu amo de paixão a brasileira Tarsila do Amaral, foi uma das grandes inspirações no inicio da minha trajetória artística, assim como Tim Burton e Guillermo del Toro, minha fonte atual de inspiração é um mix entre a cultura do entretenimento em geral.

É interessante pensarmos também na sua trajetória: da criação de conteúdos para as redes sociais até identidades visuais e merchandising para shows e produtos colecionáveis. Como que surgiu essa relação sua com divas como Taylor e Beyoncé, e quais outros artistas e projetos você gostaria também de colaborar?

Minha relação com figuras grandes do entretenimento começou há cerca de ano e meio, antes disso eu fazia ilustrações de artistas que amo muito como Charli XCX, Zara Larson, Dua Lipa, essas artistas foram quem, através de seus shows e gravadoras abriram portas para mim. Zara, por exemplo me chamou para ilustrar os posters oficiais de seus shows no Rio, Charli também me convidou para conhecê-la no festival cultura inglesa em SP, e Dua Lipa já me incluiu em vários projetos artísticos de divulgação de seu primeiro álbum, em 2021. Quando entrei para a GIPHY vi meu trabalho se tornar ainda mais reconhecido ente as massas, meus gifs eram usados no mundo inteiro, tinham até fãs da Anitta que estavam usando na Austrália… Foi uma loucura! Com esse alcance os artistas maiores passaram a admirar meu trabalho e usa-lós em seus projetos até que começaram as solicitações de trabalho em conjunto. O artista solicita um trabalho através da plataforma GIPHY e eles entram em contato, com os contratos entre outras burocracias. Com Taylor Swift e Beyoncé foi assim, essas artistas são bem mais restritas por serem muito grandes na indústria.

Para você, qual é o papel das artes e da literatura na sociedade?

A arte tem um imenso papel na contemporaneidade pois através dela nós conseguimos mudar as coisas. A arte se expande e evolui a cada dia que passa, e isso torna cada artista único e inovador em tudo que se proponha a fazer, escrever ou produzir. A arte vem resistindo às mudanças durante séculos, e isso está desempenhando um grande papel atualmente e também no futuro.

Como o seu trabalho transforma a sua vida e como você acredita que impacta o outro? Sobre o impacto que você causa na sua comunidade, onde você está inserido, nas pessoas ao seu redor…

Meu trabalho transformou minha vida em vários aspectos possíveis, nunca poderia imaginar que minhas artes fossem rodar o mundo em formato de Gifs ou Stickers ilustrados, é lindo ver a reação das pessoas o impacto que momentos importantes podem causar nas mesmas. Eu vejo a reação das pessoas usando meu trabalho artístico, já vi gente sorrindo, chorando, felizes, tristes… É um mix de emoções. E é impactante para mim ver a reação dessas pessoas que tiraram um pouquinho do tempo de suas vidas para colocar um trabalho meu ali em seu story, eu me emociono junto a elas, o projeto para a “Renaissance” Tour, da Beyoncé, por exemplo, me tocou de várias formas possíveis, pois utilizei como referência as artesãs do Vale do Jequitinhonha, elas ficaram por dias me mandando mensagem elogiando meu trabalho, aquilo me fez chorar várias vezes. A minha família é do Vale do Jequitinhonha minha avó amava mexer com barro e fazia panelas antigamente… Isso é transformador e incrível ao mesmo tempo!

Para você, o que representa a cultura latina?

A cultura latina é uma eterna jornada de força, garra e resiliência. Nós latinos somos cultura pura, nossas vivências, tradições e foco são impressionantes, uma cultura de cores, amores, dores e emoções, que na minha opinião nos torna uma das maiores potências do mundo culturalmente. Somos pura energia, únicos e capazes de tudo que nós quisermos. Todo dia uma batalha diferente para fazer com que nossa latinidade vença!

Quais os livros e autores que não podemos deixar de ler?

Bom, meus autores favoritos são: Lygia Fagundes Telles, sua obra “Antes do Baile Verde” é um espetáculo que se tornou um dos meus livros favoritos; “Lorenzato”, de Rodrigo Moura também é uma obra que me encanta muito! E por último e também minha obra favorita é a obra “Ursula” de Maria Firmina dos Reis, ela é uma das maiores artistas da história do nosso país, na minha opinião, quando o assunto é literatura!