Tempo, diz pra distância que ela não é tão dura quanto pensa. Diz pra ela que, no mundo, há uma legião de fiéis amantes que não vão sucumbir. Diz pra ela que, na verdade, a saudade não mata. Mas deixa buracos, afugenta o sono e entorpece a sobriedade. Ó tempo, diz pra distância que não se brinca com o verdadeiro amor, pois, quando contrariado, ele é fogo consumidor. Diz pra ela que não se desafia o destino, pois ele é desatino quando quer fazer sofrer. Diz pra ela, tempo! Diz pra ela que o coração partido não pode ser combustível de tamanha maldade. Diz pra ela que, apesar do doloroso fim, a gente volta a sorrir; e o amor floresce novamente noutra estação. Diz pra ela que eu sinto muito, mas não tenho culpa do que aconteceu entre vocês. Ó tempo, diz pra mim, diz por mim, diz por nós. Diz pra ela, diz por ela… enquanto há tempo.
Vagner Silva (São Lourenço-MG, 1994). Graduando em Direito e bolsista do PETI pela UFLA. Participou das coletâneas literárias 15º Concurso de Poesias (2015), organizado pela CNEC de Capivari/SP, e Coexistência: antologia de poesias, contos e crônicas (2016), pela editora Porto de Lenha, e Trilha de Lótus (2016) e Ponto de criação (2016), da Andross Editora. Tem textos publicados nas Revistas Literárias Philos e Subversa.
Um comentário sobre ldquo;Distância, e quanto (ao) tempo?, por Vagner Silva”