A cantora, compositora e atriz Duda Brack acaba de lançar o seu novo single, a canção Víbora Ligeira, carro-chefe de seu próximo disco que será lançado em dezembro. A artista estampará também a capa da Philos de primavera-verão e conta, com exclusividade, detalhes da sua Nova Era.

Sagrada e profana, lasciva e empoderada, a canção Víbora Ligeira, novo single de Duda Brack, evoca de forma sútil e poética, arquétipos femininos, numa espécie de fogueira simbólica e contemporânea, embalada por um beat afro-latino com pitadas de funk carioca. Uma espécie de “cartão de visitas” do novo álbum, a faixa celebra a energia sexual feminina, enaltecendo todo o poder vital, espiritual e criativo que ela é capaz de gerar quando explorada sem tabus. Para a artista, Víbora Ligeira é a mulher que conhece o seu próprio prazer:

É a mulher que é gostosa para si mesma antes de querer agradar ao outro, seduzir o patriarcado ou usar isso socialmente. É esse lugar de empoderamento que a faixa transmite.

Os versos entoados na voz de Duda Brack festejam e enaltecem uma sexual liberation feminina: “É uma música para celebrar o poder de todas as mulheres livres, corajosas, poderosas e gostosas desse Brasil afora. Quero ascender e contagiar as pessoas através da minha música, elevar a vibração, para que elas sintam vontade de dançar, de cantar… Para que elas sintam tesão e coragem de viver”, finaliza a artista. Ouça agora mesmo Víbora Ligeira:

Este é o terceiro álbum de estúdio de Duda, o primeiro em que ela assina como compositora das faixas. Seus dois primeiros trabalhos, os discos É (2016) e Cacos de Vidro (2021), trouxeram faixas de outros artistas, co-composições e interpretações, para além de colaborações com nomes como Ney Matogrosso, uma espécie de padrinho—guru da cantora. Pergunto para Duda o que soa diferente neste trabalho e as suas expectativas para Víbora Ligeira:

Muita ansiedade! Mas uma ansiedade quente! Uma ansiedade alegre! É diferente, né? Eu já tenho uma certa estrada. Já tive vários [singles], e acho que a gente… O jeito de ficar nervoso vai mudando, sabe? Você já tem o antes… O início é apavorador, é apavorante! Agora é mais outra sensação… Mais entusiasmo do que pavor, sabe? Felicidade mesmo de voltar no mundo, de mandar [músicas] pras pessoas ouvirem e compartilharem!

Essa retomada de “mandar músicas pras pessoas” vem logo após alguns trabalhos importantes na televisão e uma turnê bem sucedida de divulgação de seu último disco. Duda interpretou a personagem Iolanda Flores, uma clássica vedete do teatro de revista; onde emprestou sua voz e talento para as artes cênicas na novela global Além da Ilusão (2022). De lá pra cá, a artista veio trabalhando na criação dos singles e do disco que virá:

“Esse single [Víbora ligeira], é uma espécie de cartão de visitas do álbum. Acho que ele apresenta bem o meu momento. Onde ʽDuda Brackʼ está agora, quem é a mulher que ela se tornou, qual a temperatura que ela está vibrando… Eu até abri uma box de perguntas no instagram e o povo tava lá me perguntando coisas: “ah, o que cê acha que mudou?”, “o que evoluiu?”… E eu fiquei reflexiva sobre. Porque é realmente uma Nova Era! Eu tô sentindo que é um novo momento, que está bem diferente de tudo o que eu já fiz. Mas ao mesmo tempo ele é muito, muito a “minha cara”. E aí fazendo uma analogia lá das metáforas da vida, o último disco foi ‘Cacos de Vidro’. E esse é ‘aquela técnica japonesa de colar a cerâmica’! [referindo-se à técnica japonesa chamada kintsugi, que literalmente significa emendar com ouro]. Eu cheguei a conclusão disso porque o meu primeiro disco tinha uma coisa muito intensa, visceral. E quase uma necessidade de agradar, de não agredir… Agredir e não agradar, né?! Através de uma energia bem violenta, uma tensão muito grande, que eu acho que era o momento que eu estava vivendo mesmo. Eu sempre acho que fazer arte é uma resposta ou que isso nos atravessa na vida. E o que você devolve pro mundo. Ele [o disco] tinha essa energia bem do rock mesmo, bem suja, bem garagem. O segundo disco já era uma quebra disso, de dores antigas, de padrões antigos, de quebras políticas. E Cacos de Vidro foi o último álbum. E eu sinto que esse é um vaso colado já no ouro. Entendeu? Para um outro estado de espírito, para um outro lugar de autoconfiança, de autoestima, de amor próprio. O disco vai ser muito romântico, caliente e tropical!”

Duda Brack
Duda Brack

Duda estampará a capa da próxima edição impressa da Revista Philos, de primavera-verão, que será lançada em novembro, durante a Casa Philos na Flip 2023, em Paraty. O disco da artista chega logo em seguida: em dezembro. E contará com algumas participações especiais e faixas que nos levam à uma incursão por outros ritmos e lugares descobertos pela artista.

“É o meu primeiro disco 100% autoral. O disco de estreia foi um disco de intérpretes. No ‘Cacos de Vidro’ eu comecei a gravar algumas músicas minhas: a música que eu gravei com o Ney [Matogrosso] e com o Baiana [System; o hitOuro Lata] é de minha autoria. Ali eu ainda estava me descobrindo como compositora… Mas nesse disco eu senti uma necessidade de que ele fosse todo meu. Ao mesmo tempo que o objetivo dele pra mim nesse momento de carreira, não é me afirmar. Porque eu acho que isso já está afirmado nos meus discos anteriores, sabe? Acho que eu não preciso mais provar pra ninguém que eu canto bem, que eu sou artista, que eu tenho profundidade, que eu tenho conceito, ou isso ou aquilo outro, sabe?! Eu quero engajar, tocar o coração das pessoas, que elas possam cantar junto, dançar junto, que as canções possam fazer parte da vida delas. É um disco de canções minhas, com parceiros. Tem músicas que outros compositores assinam juntos. Essa que vai sair hoje [Víbora ligeira] é uma parceria minha com Matheus VK. Mas o disco também tem algumas parcerias como o Romero Ferro [eles já colaboraram juntos em E se não era Amor] e a Gaby Amarantos. Ele tem uma pegada bem mais de eletrônico, mais moderna… Mas ao mesmo tempo é uma pegada bem Brasil e bem latina! Mas isso já tinha no Cacos de Vidro. E eu acho que é um outro jeito de mostrar isso, mais solar, sabe?” 

Víbora Ligeira é o atual single de trabalho da cantora até o fim da primavera e vem encabeçando um disco que promete falar de questões relativas ao corpo, sexualidade, libido e direito ao prazer. Uma espécie de deixar a luz entrar”, como uma irrefreável princesa pop do Sul dos trópicos:

Aqui é o meu lugar bem vênus em leão, bem piranha! Mas, definitivamente, é o disco mais alegre e mais aceso, com a intenção de acender as pessoas e as deixar com vontade de viver, com tesão na vida… As músicas são mais românticas, todas elas estão na perspectiva de um lugar de autoestima e de amor próprio que é uma coisa que eu acho que fui construindo a partir dos meus caquinhos que quebraram, sabe?! E que eu colei. Por isso que eu trouxe essa imagem ʽdessa técnica japonesaʼ… Porque eu acho que ela define bem esse novo álbum.” 

Duda Brack (2023)

VÍBORA LIGEIRA, UMA MÚSICA DE DUDA BRACK & MATHEUS VK, PRODUÇÃO MUSICAL DE ARIEL DONATO, COPRODUÇÃO DE DUDA BRACK, MIXAGEM DE RICARDO MOSCA E MASTERIZAÇÃO DE FELIPE TCHAU PARA O SELO XIRÊ. ENSAIO & CAPA DIREÇÃO CRIATIVA PELO NOO STUDIO, ANA CAMPOS, DUDA BRACK E REBECA BRACK, FOTOGRAFIA DE JULIANA ROCHA, FINALIZAÇÃO DA FACTORY RETOUCH, VIRTUAL PRODUCTION (3D) DE ANTÔNIO NETO, DESIGN GRÁFICO DE REBECA BRACK, CRIAÇÃO LOOK EXCLUSIVO DE ANA CAMPOS, ESTAMPARIA (CRIAÇÃO E DESIGN) DE REBECA BRACK, STYLING DE JUNY MARTINS, ASSISTENTE DE ESTILO POR RAPHITO OLIVEIRA E BELEZA POR LEILA TURGANTE PREVIEW DA ENTREVISTA DE JORGE PEREIRA COM DUDA BRACK E TRANSCRIÇÃO DE MONIQUE GONÇALVES PARA A PHILOS DE PRIMAVERA-VERÃO 2023-2024.
Publicado por:Philos

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