Poema experimental
próxima estação
você passa a mão
na SUA BARBA
poderia ser uma conspiração
seu sorrisinho fala
no meio das entrelinhas cabe um flerte
será?
eu quero que querer querido que diz que sim
desejo:
arame de algodão
doce
violência do açúcar
violência corte arame
é sua língua
entrou
encostou
(a minha que já não é mais minha)
ah. fagulha quebra o ar do silêncio
grampeador grampeia miocárdios
por 15 segundos
todo mundo veste preto no nascimento
joga uma rosa
vermelha
no túmulo
AQUI JAZ PAZ
você propaga que acaba e esmaga
olho-olho
os ou o
pirotecnia de rebuliço
o vácuo se debate que fibra pede arrego
tem doce deleite melando suas palavras que saem
penso
hesito
êxito
no disfarço pensamento
escondo
me preparo pra dizer […] estação. desço aqui. tchau. pós-texto: nunca mais o vi.
Cauê Monteiro (São Paulo, 1998). Estudante de produção audiovisual; aspirante a escritor.
Um comentário sobre ldquo;Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Cauê Monteiro”