Em mais uma entrevista exclusiva de nosso correspondente Thássio Ferreira na FLIP 2017, desta vez em vídeo, a Philos traz aos leitores um novo poeta carioca cujo trabalho de estreia vem alcançando grande repercussão pela coragem e criatividade, com matérias em veículos como O Globo e Folha de São Paulo.
O primeiro livro de Roy David Frankel é ao mesmo tempo ousado e humilde. Em seu recém-lançado “Sessão” (Luna Parque, 2017), Roy abriu mão de suas próprias palavras e construiu uma releitura poética da sessão parlamentar da Câmara dos Deputados que, em 17 de abril de 2016, autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef.
Selecionando os discursos que considerava mais representativos dos aspectos e da força simbólica e discursiva das falas dos mais de trezentos deputados federais presentes à sessão, o poeta fez de cada discurso selecionado um poema, trabalhando o corte dos versos e a posição de palavras destacadas na página de forma a criar e sublinhar efeitos poético-narrativos.
Com tal escolha de conteúdo e técnica, Roy traz para o centro do cenário literário o momento político que vivemos, provocando uma reflexão através da arte sobre os discursos que têm moldado a realidade do país. Literalmente. A construção da obra evoca a poesia concreta e o deslocamento de elementos a princípio não reconhecidos como artísticos para o campo das artes, que Marcel Duchamp consagrou em seus ready-made. Mas ao contrário de um ready-made, os poemas de Roy não surgem da pura transladação do material de seu contexto original; são talhados no corte de cada discurso em versos, em busca da expressividade almejada pelo autor.
Confira o vídeo de Thássio Ferreira com Roy David Frankel:
Roy David Frankel (Rio de Janeiro, 1987). Formado em engenharia e letras, atualmente é doutorando em ciência da literatura pela UFRJ. Como engenheiro de letras, Sessão é o seu primeiro livro. Possui um caderno de rascunho de escritos literários em www.realidadesficcionais.blogspot.com.
Um comentário sobre ldquo;Philos na Flip: Poesia e política nas páginas de “Sessão”, por Roy Frankel”