No ateliê Pássaro de Papel, em Pinheiros, nossa equipe se prepara para receber a cineasta carioca Sabrina Fidalgo. Sabemos que ela está chegando quando ouvimos, vindo ainda do lado de fora da rua: —Não se dorme na Europa!
Poucos minutos depois ela está vestindo um Walério Araújo, botas Gucci e uma jaqueta da Chanel “Eu estou meio vestida. —Mas pode vir, só não vem filmando.” [Eu já estava com o celular em mãos fazendo vídeos de bastidores para os stories da Philos.] É a primeira vez que fazemos um ensaio em São Paulo para o nosso suplemento cultural, e escolhemos alguns lugares da cidade para compor os nossos cenários que incluíam caçambas de demolição e a estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro. “Eu estou chocada que a gente vai incendiar o Borba Gato!”, diz Sabrina Fidalgo enquanto nosso diretor de artes prepara os coquetéis molotov cênicos para o photoshoot. “Você sabe que a gente vai ser presa quando acender isso aí!”, continua enquanto sua maquiadora lhe dá pinceladas fortes sobre os olhos.

Desde que nos conhecemos no aniversário da pintora Marcela Cantuária, Sabrina me pareceu o tipo de pessoa que dispara ideias a todo tempo. “A gente tem que ser rápido! A branquitude tá aí, escrevendo a história do jeito deles!” Talvez seja por isso que Sabrina tem corrido para construir novas narrativas nos espaços onde atua, seja no cinema, nas suas pesquisas de roteiro ou na sua prestigiada coluna para a Vogue Brasil.
Olhando fixamente para os olhos de Sabrina Fidalgo depois de reveladas as fotografias analógicas [clicadas por Matheus Martins e Grazyella Morais], sou compelido a chamá-la de dicotômica. Pois eu a testemunhei em duas versões muito claras num único dia. Lá está Sabrina no estúdio, performando sua ideia de musa. E então, há uma outra Sabrina Fidalgo que se mostra como quem explode a cidade e respira ofegante ao ver o carro da polícia militar que fazia a segurança da estátua [de Borba Gato] na rua. “Cineasta e colunista da Vogue é presa ao tentar incendiar o Borba Gato! Eu não posso ser presa, gente. Minha avó, meu Deus!”, dispara rindo.
Sua família, que é maranhense, é bem centrada no matriarcado, no cuidado entre as mulheres e na troca de saberes que vêm de sua avó, Aldenora Fidalgo, poeta quase centenária. “Minha avó tem 95 anos, ela é o pilar da nossa família, sem ela nenhum de nós existiria. E é por causa dela que nossas histórias e narrativas foram possíveis, pela descendência dela. Ela pariu 11 filhos, uma mulher que nasceu em 1926 e que é muito importante para todos nós que viemos daquele útero.” Mas o privilégio de saber suas origens também lhe serve de reflexão: “As nossas histórias são muito sofridas, as nossas linhagens nem são conhecidas. A gente só conhece até a página dois ou três do nosso passado. Eu ainda tenho o luxo de saber quem eram os meus bisavós e tataravós, porque normalmente as pessoas pretas não sabem de nada ou quase nada sobre suas raízes. Tanto pela violência histórica, como pelos abandonos parentais, filhos que não conhecem o pai, homens que abandonam suas famílias.” É por isso que para Sabrina, a valorização de sua ancestralidade é tão importante. “Minha avó é detentora de todos os segredos da nossa família, ela tem uma memória impressionante, ela se lembra de tudo, é um grande prestígio. Ela declama poesias dela e de outros autores, ela sabe tudo de cor, poemas que ela decorou quando tinha seus dez ou onze anos de idade e nunca mais esqueceu. É impressionante, é sempre muito impressionante a memória da minha avó. Eu quando estive lá, agora em outubro, filmei ela num encontro de família, era a festa de aniversário dela e eu tive a chance de levar uma equipe para filmar ela com as suas tataranetas, uma delas é um bebê de dois meses, que é filha da minha… Ai, meu Deus! É tanta gente que eu nem sei mais! [Risos] É a neta da minha prima! É muita gente na família Fidalgo!” [Risos].
O registro, seja ele cinematográfico ou não, sempre fez parte da vida de Sabrina Fidalgo. Seu pai, Ubirajara Fidalgo, o filho de Dona Aldenora, fora um dos maiores nomes do teatro no Brasil, fundando o Teatro Profissional do Negro, o TEPRON, ao lado de sua esposa — e mãe de Sabrina —, Alzira Fidalgo. O TEPRON desempenhou um papel importantíssimo na história do Movimento Negro do Brasil, no processo de construção da democracia racial, no combate ao racismo e no fortalecimento das pautas pretas no Brasil entre as décadas de 70 e 90.

“Os meus registros, os meus filmes, são uma extensão do meu corpo preto e feminino que nasceu neste país. E para além disso eu sou uma diretora-autora, eu escrevo os roteiros dos meus filmes. Tudo parte do exercício da escrita. O meu fazer cinematográfico vem logo depois disso, do exercício da escrita. E eu me expresso na escrita de várias maneiras, não apenas através dos roteiros dos meus filmes. Nós brasileiros que viemos dessa realidade de pobreza —que é o lugar de onde a gente vem—, desse Nordeste que é a nossa origem, nós que somos descendentes de pretos, de indígenas, de um povo mestiço, nós somos de um outro rolê. E desse lugar de onde viemos, não existe muito a cultura do registro, é difícil você ter famílias que tenham registros. É por isso que a gente tem que registrar essas realidades. Há muito tempo que o cinema não tem mais esse lugar do glamour apenas, temos que repensar o cinema brasileiro. O cinema não é mais elitista, não é mais somente sobre maquinários gigantes e filmes de 35mm. As tecnologias de hoje também são formas de se fazer cinema. Hoje em dia você faz cinema com o seu celular. Todo mundo que pode ter um celular, pode fazer registros. Então eu com o meu olhar de cineasta, eu uso qualquer mídia ao meu favor. E não importa se ela é uma câmera de 35mm, se é uma câmera digital, se é uma Sony, ou sei lá o quê… Uma blackmagic! Não interessa, tudo é registro!”
As narrativas para Sabrina Fidalgo são importantes para conter os apagamentos que acontecem desde muito tempo para o povo preto. Seus premiados curtas da trilogia do carnaval —Rainha (2006) e Alfazema (2019)—, reforçam o movimento de ascensão da produção de cinema independente e com propósito. E fizeram com que Sabrina fosse reconhecida em oitavo lugar —deixando para trás nomes como Lucrécia Martel e Jane Campion— na listagem da revista norte-americana ‘Bustle’ como uma das 36 cineastas mulheres de grande prestígio no mundo, reforçando o seu papel na criação de narrativas contemporâneas para sobrepujar os pactos da branquitude.
“Histórias são histórias. Todo o ser humano tem uma história impressionante e incrível. Se você parar na rua e pedir para uma pessoa te contar a história dela, vai ser um grande feito, vai ser uma grande epopeia. Todas as narrativas de ‘grandes pessoas, grandes histórias e grandes acontecimentos’, não estão necessariamente atreladas à branquitude. Muitos conhecimentos foram roubados e não estão ligados à história da elite intelectual social. Essa história aí foi a história que eles criaram, a partir do momento em que eles começaram a estigmatizar, subjugar, escravizar e tirar o direito de existência de outros povos. Esses apagamentos todos que só agora estão vindo à tona. Na verdade eu pergunto: —Por que nós não estamos no topo da pirâmide? Porque nós tivemos as nossas histórias apagadas! Porque não sabemos de onde viemos. Nós não sabemos quem foram nossos tataravós, nossos bisavós. A gente não sabe de que país que a gente veio da África, ou de que nação indígena. Nós não temos essas informações por quê? Não conhecemos os idiomas dos nossos antepassados. Enquanto que eles, a branquitude, sabem de onde vieram, em que momento seus antepassados chegaram da imigração europeia ao Brasil… Eles têm as suas árvores genealógicas, seus símbolos familiares, o direito à dupla cidadania herdado da ancestralidade europeia, as riquezas que roubaram e continuam roubando daqui, eles têm todas essas narrativas para contar justamente porque apagaram as nossas. Apagaram tanto na questão histórica, a ponto de não sabermos de quem somos filhos, até os nossos registros, sejam eles pictóricos, literários… Então, quando não nos sobra nada, fica apenas a palavra. E a palavra morre quando a pessoa morre. Se você não a escreve, ela morre junto com a pessoa. A não ser que você vá passando isso a partir da oralidade, que é uma tradição nossa desde os nossos antepassados africanos e indígenas, essa força da voz e das narrativas da memória de povos inteiros. Mas nesse processo se perde muita informação, muitas coisas ficam pelo meio do caminho. Nossas histórias foram passando de geração para geração, nossos segredos, nossos ritos das religiões de matrizes africanas, que fizeram com que a nossa cultura reverberasse até hoje. As nossas histórias foram enfraquecidas por terem se perdido na palavra e por não terem mais existido, porque foram destruídas, em outros suportes e registros. E é por isso que eu filmo a minha avó. Para que os meus filhos, os filhos dos meus filhos e quem vier depois, possam saber que essa mulher existiu aos 95 anos em 2021, e que ela, essa mulher, foi professora numa época inimaginável, foi poeta, mãe de tantos filhos e criou tantos outros. É uma descendência que se cria, uma história, uma narrativa. A gente só perdeu nessa história toda [da colonização], porque nos foram tiradas as nossas narrativas. E se nós perdemos essas narrativas no passado, eu acho importante recuperá-las agora. Quem não conheceu sua ancestralidade, que se torne a nova ancestralidade de seu futuro.”
VAMOS DESTRUIR ESSA HISTÓRIA COLONIAL
Para Sabrina, a recuperação dessas narrativas passa também pelo enfrentamento. “Eu acho que a gente tem que apagar esses “assassinos”, as histórias desses algozes, para que as nossas possam existir, ou melhor, reexistir.” Sabrina fala justamente da exaltação de homens que mataram milhões de povos originários em nosso território, que sequestraram e escravizaram pessoas por séculos.
“Esse editorial é sobre resistência, ele é muito simbólico e importante para mim, ele tem várias leituras e camadas. Para mim foi muito importante fazer parte disso, é sobre a desconstrução do que foi dado como ideal de Brasil, desse Brasil forjado, que se volta para o Norte —para o Hemisfério Norte—, mas que nunca se volta para si, nunca se enxerga, fica às voltas com o que vem de fora… Que se vê sempre como europeu, como colonizador. Mas que na verdade nunca o foi! Então vamos destruir, vamos colocar abaixo esses símbolos desse grande mal que se abateu nessas terras, que foi a chegada das primeiras caravelas portuguesas. Vamos recomeçar uma nova história, um Novo Reinado de pessoas que reinem de forma digna para o nosso povo.”

Desde sua criação em 1963, pelo escultor Julio Guerra, o monumento que homenageia a figura de Borba Gato ligado à exploração e assassinato de índios e negros, foi alvo de ataques. Os últimos ocorreram em 2016 e em julho deste ano, quando foi incendiado pelo grupo Revolução Periférica. Mas independentemente dos ataques e das quedas de estátuas de genocidas, ainda somos obrigados a ter essa história em nossa recente memória social.
“Nós moramos no Rio de Janeiro, e o Rio também é inteiramente colonizado por essas figuras em sua geografia, como a estátua da princesa Isabel, em Copacabana; a estátua de Pedro Álvares Cabral… Se você for na Urca é ainda pior com a quantidade de militares homenageados… Em nenhum lugar do mundo as ruas foram tão militarizadas como aqui no Rio, tudo tem nome de Marechal de não sei o quê, de General disso, de Capitão daquilo, Viscondes, Marqueses, Condes… Nomes de um passado triste direta e indiretamente ligados à era colonial. E tudo isso no meio dessa cidade que é um esplendor, um desbunde, uma exuberância da natureza, de cores e pessoas. Mas ao mesmo tempo toda essa beleza coexiste com a militarização do sistema – com pessoas morrendo todos os dias, uma polícia que entra na casa de trabalhadores atirando em todo mundo, que mata vereadores e famílias inteiras. Estamos falando do genocídio do povo preto, principalmente o genocídio de homens negros. Isso tudo nesse contexto onde a cidade é um lugar que glorifica algozes coloniais e militares o tempo inteiro, seja em seus endereços, em sua geografia, em seus monumentos públicos, em seus espaços urbanos. Se a gente só tem ruas com nomes de torturadores, assassinos e estupradores, a gente está invocando esse passado de sangue e esses demônios o tempo inteiro. A gente tem que desconstruir esse conceito, temos que repensar um novo plano urbano, temos que politizar e decolonizar essa arquitetura. —O que é arte e o que não é arte? Precisamos debater nos espaços de arte até que ponto produzir uma obra que contemple assassinos é arte? E qual a mensagem que ela [a obra] passa? O que essa escultura, este monumento, seja lá o que for, está querendo dizer? Que tipo de legado é esse?”

Pergunto para Sabrina se ela acha que é chegado a hora de avaliarmos quais os discursos da arte serão aceitos ou não nesses novos tempos. —Chegamos neste lugar de colocar os limites sobre o que ainda deve ser debatido ou o que já deveria ter sido superado? “Não é errado combater um Monumento aos Bandeirantes, por exemplo. É preciso trazer para o debate essa questão! É certo que sejam feitas intervenções informativas e até mesmo artísticas nos espaços ao redor dessas obras.” —Então você concorda que a gente tem mesmo é que pôr fogo no debate e aquecer essas esferas políticas, para além do coquetel molotov?
“Totalmente! Acho que até já passou da hora de fazer isso. Eu acho que a gente está muito atrasado no debate, começamos a falar sobre racismo e colonialidade abertamente há muito pouco tempo. E o futuro já chegou no mundo! As coisas já estão acontecendo e eles, os racistas, querendo ou não, vão sucumbir. E não podemos ficar novamente na vanguarda do atraso nessas questões. Porque o Brasil é muito atrasado nesse sentido. Vamos realmente incendiar e construir tudo de novo, pedra por pedra. Eu escrevo para a plataforma online de uma revista de grande prestígio, a Vogue, que é o ápice do glamour e do elitismo em termos globais. E lá eu falo sobre pautas que são importantes para esse diálogo com esse público. É um espaço que me foi dado e no qual eu posso escrever da forma como eu quiser. E é uma publicação que está alinhada com o espírito do tempo. A Vogue Brasil está aberta em entender e debater o que está acontecendo e comprou o meu discurso. E eu tomo isso como mais um espaço de ocupação. Escrever na Vogue é um lugar de ocupação, eu estou ali ocupando, e é real. Eu quero que as pessoas vejam uma mulher preta cineasta que está ali, como colunista da Vogue, escrevendo de maneira crítica, ocupando aquele espaço e usando essa plataforma para passar essa mensagem. E quero que esse público se influencie também, que passem a pensar de forma crítica, que levantem essas pautas em suas casas, que o assunto reverbere em suas vidas particulares e que, por conseguinte, se torne um debate público. A gente tem que tomar uma atitude para essa mudança paradigmática que já chegou no mundo e precisa ser logo uma realidade no Brasil.”

Entre as atitudes ligeiras de Sabrina Fidalgo, está o fomento do debate negro sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Com a proposta, a cineasta antecipa o diálogo sobre os cem anos do evento e traz para o cerne da discussão os nomes que foram deixados às margens do movimento.
“Serão cem anos da Semana de Arte Moderna e a gente precisa dizer o que veio depois disso, mas dentro da dinâmica do diálogo decolonial. Não podemos esperar que chegue 2022 e os detentores das pautas de poder comecem a reescrever de novo as mesmas histórias embranquecidas de exaltação ao eurocentrismo e ao eugenismo de outrora. Eles estão prontos para recomeçar uma glorificação desse rolê, e ninguém vai falar sobre quem e o quê estava sendo marginalizado ali em 1922. É o pacto narcísico da branquitude, sem nenhum pensamento crítico sobre os ‘gênios maravilhosos da arte moderna’. Eu me antecipei nesse debate porque ‘nós, que somos o povo, os oprimidos, temos que ser ligeiros’, como diz Tia Suzy. Temos que ser muito mais rápidos do que eles! Não podemos deixar que eles continuem contando as mesmas narrativas cem anos depois, ainda mais nos tempos que estamos vivendo agora! Nós não precisamos mais viver nesse mundo embranquecido. Então eu pensei: —Vamos começar a falar desse centenário antes, mas vamos falar do jeito que tem que ser falado. E eu estou fazendo isso, e estou fazendo isso na plataforma da Vogue Brasil, que é uma revista consagrada por essa própria branquitude. Por esse motivo, tudo isso acabou se convertendo numa grande provocação. Uma provocação estrategista, uma estratégia de guerra mesmo! E agora eu quero ver quem vai ter a coragem de pagar de otário e ir lá glorificar o centenário de um movimento completamente elitista, completamente excludente e completamente racista. Porque é sobre isso a Semana de Arte de 1922 e seus desdobramentos, só que ninguém fala. Apenas nos empurram goela abaixo nos livros e nas escolas o ‘grande movimento modernista da arte brasileira’. —Mas que Brasil é esse? Que Brasil era esse o de 1922? [Risos!] Brasil pra quê? Para quem? De quem? Onde estávamos em 1922? No Teatro Municipal de São Paulo é que não era! —O que eu sei é que se eu fiz alguma coisa nessa história toda, foi ter ajudado a contribuir para o exercício de reflexão da verdade. Agora não vamos ter mais cem anos de apagamento de arte preta, periférica, de arte ameríndia, da verdadeira arte e identidade nacional, que foi deixada de lado e colocada fora dos circuitos de arte contemporânea até os dias de hoje. —Quem é Oswald de Andrade? Já que engolimos tudo e fomos engolidos, vamos agora deglutir a grande verdade deste país, e não uma farsa, não uma ideia distante, não o Brasil de uma quimera eurocentrada. Agora o Brasil nas artes vai realmente começar, a grande Semana de 22 vai ser no ano que vem, é a que ainda vai chegar, a que a gente vai fazer e falar. São essas narrativas que precisamos eternizar na literatura, no cinema, na música, na dança, nas artes plásticas e visuais, é o Brasil como ele é, e não o Brasil de herdeiros de engenhos coloniais que se apropriaram culturalmente dos oprimidos, daqueles que conheceram o povo somente pela dominação. —Não é esse o nosso Brasil! Não é! Estamos iniciando o nosso Novo Reinado! Chega de futuro de pretéritos. Vamos aceitar que está acontecendo uma revolução. Vamos nos colocar em alerta e não vamos nos calar. Temos que tomar a frente sempre. É estratégia de guerra mesmo, amor! Vamos destruir as estátuas e vencer as batalhas!”

SABRINA FIDALGO VESTE TRENCH COAT VINIL TEXTURIZADO SAINT LAURENT ACERVO PESSOAL WALÉRIO ARAÚJO JAQUETA CHANEL E BOTAS GUCCI DO ACERVO PESSOAL FABIANA KARLA JOIAS ANIMALE STYLING SEBAH FRANCO BEAUTY LARISSA FAUSTINO FOTOGRAFIA MATHEUS MARTINS & GRAZYELLA MORAIS PRODUÇÃO & ARTE LUCAS FONSECA EDITORIAL @REVISTAPHILOS @CASAPHILOS ENTREVISTA JORGE PEREIRA