Shantay, you stay!
A gente não via a hora do anúncio da estreia do Drag Race Brasil! Isso porque várias artistas do casting de drag queens que estão na primeira edição do programa já passaram pelas páginas do nosso livro MONTAÇÃO!
Em Drag Race Brasil, doze competidores buscam levar a coroa para casa, tornar-se a próxima drag superstar do Brasil e ganhar um grande prêmio em dinheiro. A série será apresentada pela estrela Grag Queen juntamente com Dudu Bertholini e Bruna Braga no painel de jurades.

Diretamente de Coelho Neto, Zona Norte do Rio de Janeiro, para o Drag Race Brasil. A drag queen Organzza, persona criada por Vinícius Andrade, de 31 anos, é uma das 12 selecionadas para a primeira temporada da edição brasileira da maior competição de drags do mundo.
Artista visual, performer, figurinista e modelo são alguns dos ofícios que Organzza acumula em sua trajetória artística, que começou cedo, no teatro. A arte drag veio em 2018, com sua primeira montação para o “Queens, O Concurso”. De lá pra cá, Organzza já fez uma participação na novela “Verão 90”, da Rede Globo; integrou o elenco do videoclipe “Dia D”, de Clarice Falcão; e é figurinha conhecida na noite carioca, se apresentando em festas como a V de Viadão e a Realness, onde já abriu shows de drags como Mo Heart e Miz Cracker.
Organzza revela ter ficado em estado de choque quando foi selecionada para o elenco do Drag Race Brasil, a primeira temporada de uma das franquias mais aguardadas do programa. Ela vai entrar no reality com muita determinação e empatia:
Estar no Drag Race traz uma sensação de validação do meu trabalho. Eu sou uma drag relativamente nova, tenho 5 anos de estrada, mas com muito amor e dedicação pelo que faço. E participar de uma competição como essa é definitivamente uma realização pessoal muito grande.
O afrofuturismo e o carnaval são as principais filosofias, referências e bases artísticas de Organzza, e esses conceitos, claro, se refletem na sua montação, além do transformismo carioca, as boates, os teatros e os cabarés do Rio. É a própria artista quem cria e executa vários dos seus looks, daí também veio o seu nome: “Eu costumo dizer que eu tenho três pilares para construir a Organzza: o primeiro é o carnaval. O carnaval de rua, o carnaval da avenida… essa ideia do se fantasiar né, de construir um corpo político”. É o que nos conta Organzza na coluna ARRASTO, do curador Lucas Albuquerque.
A artista sempre quis um nome que tivesse uma associação direta com o seu universo, por ser uma drag que costura e produz seus próprios looks. Um dia, encontrou o tecido organza, que ao mesmo tempo é refinado e usado em roupas de gala, mas também usado para fantasias de desfile de carnaval. Isso sintetiza a sua estética, pois hoje, a Organzza é a junção de todas as expressões artísticas de uma criança viada brincando de carnaval o ano inteiro.

Organzza já levou diversos títulos, como a vitória no sexto concurso DragStar no Teatro Rival (2022), o prêmio de Melhor Drag Performance na Disco Elegance Mainstream Ball do Festival Presença (2022), a vitória na segunda temporada do The Next Talent Drag (2021), entre outros. E integra o coletivo Casa de Cosmos, da Cena Ballroom do Rio de Janeiro, com quem já participou do “Caldeirola”, no Caldeirão do Mion. Organzza se apresentou em eventos como o Shell Open Air, no Cine Odeon, viajou para outros estados performando… E isso não seria possível sem a visibilidade que o programa RuPaul’s Drag Race trouxe para essa arte.
RuPaul’s fez os holofotes do mundo inteiro iluminarem a arte drag. E isso fez com que drags novas da cena tivessem muitas oportunidades. #DragRaceBrasil estreia dia 30 de agosto às 21h no Paramount+ e na MTV Brasil, e aqui a gente já vai ajudando você a escolher para quem vai sua torcida: Além de Organzza, Betina Polaroid e Diva Moore também estão na competição!
#DragRaceBrasil 🇧🇷 estreia dia 30/08 às 21h na @mtvbrasil. Assista primeiro no @paramountplusbr no Brasil e em LATAM e @wowpresentsplusbr no mundo todo, exceto no Brasil 🌎🏁💕 pic.twitter.com/cWFxzEMuV1
— DivaMore ✨💜✌🏻 (@divamore1) August 6, 2023
Betina Polaroid é uma das co-autoras do nosso premiado livro Montação, assinado conjuntamente com Íra Barillo, Lucas Gibson e Larissa Queiroz. Betina Polaroid é alter ego criado pelo fotógrafo carioca Beto Pêgo para registrar a cena drag carioca e se autorretratar. Pêgo decidiu encarnar a personagem depois de redescobrir a arte drag em 2014, quando o reality show americano RuPaul’s Drag Race se popularizou e começou a atrair os holofotes do mainstream. Naquela mesma época, passou a frequentar festas promovidas pelo coletivo Drag-se, no Rio, encontrando um ambiente propício para desenvolver um projeto pessoal sem qualquer tipo de repressão.
Drag Race Brasil é a edição brasileira do programa de televisão premiado com vários Emmy® e sensação da cultura pop: RuPaul’s Drag Race. Neste programa, drag queens de todo o Brasil competirão em desafios envolvendo atuação, moda, comédia e muito mais na esperança de se tornar a próxima superestrela drag e ganhar o grande prêmio em dinheiro.
Em MONTAÇÃO cada fotografia é uma evidência. Esse livro mostra momentos que aconteceram, que foram vividos e performados. A cena que se estruturou, impulsionada pela popularização do reality show estadunidense “RuPaul’s Drag Race”, foi forte e presente, mas já não existe mais. Por consequência da pandemia, muitos dos lugares que frequentávamos foram fechados, festas não acontecem mais. Esse livro, muito rapidamente, ganha valor histórico. E é uma história importante de ser contada: ao longo da construção da história que aprendemos, as pessoas e movimentos LGBTQIA+s são constantemente ignorados e apagados. E a montação, arte praticada comumente por pessoas que fogem das normas, é apagada dos estudos históricos e teóricos da arte. Criar evidências de que esses movimentos existem e existiram é também de importância política.