Perder a manhã
assim:

no eco profundo
do verdilhão distante
caindo doce
como cascata de flores

no voo enlaçado
de duas borboletas
enamoradas

na dança lenta
de ramos floridos
cedendo à sedução
da brisa

Perder assim
a manhã e o corpo
deixando um sorriso
ganhar asas
e pela graça do sol
ser malmequer de luz


Pedro Belo Clara (Lisboa, Portugal, 1986). Ocasional prelector de sessões literárias, colaborador e colunista de diversas publicações portuguesas e brasileiras, autor de três blogues e de seis livros, entre poesia e prosa.

A ilustração que acompanha o poema é de Daniela Spoto, colaboradora italiana da Philos baseada em Düsseldorf, Alemanha.

Publicado por:Philos

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