
É chegada a hora de desfrutar a nova edição impressa da Philos que traz a cineasta Sabrina Fidalgo e a obra da artista plástica Celeida Tostes em suas capas. A curadoria internacional desta edição conta com mais de 30 artistas e críticos colaboradores de 17 países, para ensaiar sobre Como incorporar a revolta? Acesse a nossa lojinha e compre a edição especialíssima. A matéria completa você lê no nosso site em: Sabrina Fidalgo — um Novo Reinado.
Inauguramos a sétima edição da Philos para falar sobre corpos políticos e de como incorporam as suas revoltas, em um editorial produzido em ritualização —de um inverno para outro—, atravessando medos, incertezas e esperanças em nosso país. Aqui, temas de impactos sociais se metamorfoseiam nas expressões artísticas de nossos convidados. Em nossa capa, o corpo tido como suporte, explorado na centralidade do gesto de Celeida Tostes nos dá a ideia de ressurgimento. Um renascimento da matéria que se envolve com o barro que lhe dá materialidade, mas que também lhe impele fragilidades, existências e até mesmo morte. A saída de um invólucro, uterino ou não, que te prende ou acolhe, mas que representa um Rito de Passagem para um momento diferente e, por que não, esperançoso? A falência de governança que é este desgoverno deve terminar em 2023.
Nossos artistas falam sobre as maneiras de contornar as catástrofes e inventar corpos. É o que bem analisa a psicanalista e crítica de arte Bianca Dias, para falar sobre as corporalidades na obra de Elen Braga. Corpo este que pode ser transfigurado pela revolta política, pelos passados obscurecidos nos regimes ditatoriais na Améfrica Latina e pelos percursos políticos do Brasil atual, temas que fazem parte da pesquisa de Julie Brasil. Na estreia de sua coluna, Ana Maria Lima fala sobre o corpo como objeto pulsional e de arte a partir da análise das obras de Monica Piloni, Thalita Rossi e Rafael Bqueer. Que parece se materializar no ensaio visual Eu, a casca e a coisa, de Monique Huerta.
As figurações e linguagens alegóricas —e não mais corporificadas —são retratadas no texto crítico de Vanda Klabin para Eduardo Sued e suas ousadias cromáticas. Enquanto o cinema, a infância e o brincar são postos em cena pelos olhares do cineasta Isaac Pipano.
Os diálogos afro-atlânticos apresentam a performance visual A Maze in Grace, do sulafricano Neo Muyanga, com fotos exclusivamente cedidas pela Fundação Bienal de São Paulo. E uma entrevista inédita com Conceição Evaristo, que nos diz: “A minha escrita é profundamente marcada pela minha condição de mulher negra na sociedade brasileira”. Para além de uma transcrição do emblemático discurso de Sojourner Truth, “E eu não sou uma mulher?”

As questões contemporâneas são decupadas nos corpos impossíveis, na (des)materialização da imagem e do autoretrato nos textos e séries fotográficas de Magda Fernandes e José Domingos, na coluna da Imagerie – casa de imagens, de Portugal.
A mostra Neolatina apresenta um especial com autores publicados na última estação pelo nosso selo editorial: os Devaneios do Desejo de Ariane Oliveira; as gravações de Sabrina Nóbrega, de seu livro Viene Irene; Igor Dias e o poema Soy loco por ti, do livro A beleza sem regras de Copacabana; as flores aos vivos de Louise Ramas e uma mostra de poemas de Carolina Muait. Apresentamos também Progradação, um conto inédito do premiado Itamar Vieira Junior; e um excerto de Colégio de Freiras, de Raimundo Carrero, com pinturas de Will Cotton. Além de uma ficção moderna do pesquisador Olavo Amaral —Uok Phlau. Nas Translaciones, poemas inéditos de duas grandes escritoras iberoamericanas: a chilena Carmen Yánez e a portuguesa Florbela Espanca.
Nesta edição apresentamos os desdobramentos do projeto Guaraní com os parceiros do Círculo de Poesía, do México: Xochitlájtoli – pássaros azuis cantem minha memória, um especial com curadoria de Martín Tonalmeyot e poemas de Alberto Gonzáles em língua otomí. Encerrando com Raíz, um intrigante conto de Bárbara Lima e do cubano Jorge Carrasco.
Corpo é matéria vivente, sináptica, estrutura viva e em constante processo de renovação. E para que o poeta o transforme em seu mundo e sua existência, é preciso revoltá-lo.
Na galeria abaixo você confere fotografias dos bastidores do ensaio com a artista que aconteceu em São Paulo: